A USP está testando objeto menor que um grão de arroz para combater cegueira

17/05/2015 20:07

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) demonstraram a ação de um dispositivo com espessura inferior à de um grão de arroz no combate de doenças vasculares da retina, como a retinopatia diabética. E mais: Por um quarto do valor de um tratamento tradicional.

O professor responsável pela pesquisa é Armando da Silva Cunha Júnior, docente da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os experimentos com o novo método já vem sido feitos desde 2014 na USP.

A primeira etapa de testes consistia em avaliar quão seguro era o novo tratamento. Testada em dez pessoas com problemas na retina (oclusão, hemorragias e inchaço). Os resultados evidenciaram mais benefícios em relação a métodos convencionais para tratar estas doenças.

"Esse inchaço é o principal responsável pela piora da visão nesses casos. Uma das drogas que funcionam para diminuir o inchaço da retina é o corticoide, justamente a droga que é colocada nesse pequeno comprimido que implantamos na parte de trás do olho. Esse comprimido libera essa droga de forma lenta e contínua, em doses apropriadas para o problema. Esse estudo teve como objetivo principal mostrar que o implante não ia machucar o olho do paciente. Não teve nenhum efeito ruim para o olho desses dez pacientes que foram tratados.", disse o professor.

Ao longo do desenvolvimento, foi notável também a redução da inflamação da retina, o que melhorou a visão dos pacientes. Com esse dispositivo, injeções de medicamentos seriam evitadas, além de se ter constado menos efeitos colaterais.

A relação custo benefício também foi destaque.  Enquanto implantes importados custam em média mais de dois mil reais, o que foi criado aqui custará em torno de R$ 600,00. Outro ponto é a duração do efeito. As injeções geralmente duram até dois meses. Esse implante poderia durar até três vezes mais.

O próximo passo agora é aumentar a escala dos testes e motivar o financiamento, para que enfim o tratamento possa começar a ser oferecido.  Todavia, ainda resta à Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep) autorizar a produção.

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