Envelhecimento começa a dar sinais aos 26 anos, segundo pesquisa
07/07/2015 12:00
Geralmente o envelhecimento é estudado a partir de pessoas idosas. Todavia, uma pesquisa divulgada na Academia Americana de Ciências (PNAS), na última segunda-feira (06), diz que esse processo começa a se evidenciar em meados dos 20 anos. As descobertas foram baseadas em um grupo de 954 pessoas da Nova Zelândia que nasceram entre 1972 e 1973.
Os cientistas recolheram dados sobre o funcionamento de rins, fígado, pulmões, vasos sanguíneos, saúde bucal, metabolismo e sistema imunológico dessas pessoas aos 26, 32 e 38 anos de idade. Foram medidos ainda taxas de colesterol, condicionamento físico e comprimento dos telômeros (quanto menor forem as estruturas presentes nos cromossomos, mais velho é o indivíduo).
Baseando-se nesses dados, os pesquisadores começaram a estabelecer idades biológicas a essas pessoas. Aos 38 anos cronológicos, havia pessoas com 30 anos de idade biológica, outras com mais de 60 anos.
Ao fazer uma análise minuciosa dos resultados, foram observados que, em geral, os sinais do envelhecimento começam a se tornar evidentes a partir dos 26 anos de idade.
Apesar das variações, a maioria das pessoas estudadas envelheciam à velocidade de um ano biológico para cada um ano cronológico.
Os indivíduos que possuíam taxas de envelhecimento superiores ao padrão normal se saíam pior em testes que são comumente aplicados em pessoas com mais de 60 anos, como teste de equilíbrio e coordenação motora.
Foi feito ainda um teste não clínico. Estudantes da Universidade de Duke foram convidados a olharem fotos das pessoas que participaram do estudo. Eles identificaram aquelas pessoas que eles achavam que seriam as mais velhas do grupo. Não por coincidência, o resultado confirmou o que os dados já haviam dito: essas pessoas estavam envelhecendo a uma taxa superior.
Os autores do estudo estão empolgados com a possibilidade de no futuro poderem aplicar estes testes à pessoas jovens, para que elas saibam quão rápido estão envelhecendo e possam prevenir doenças.
"Isso nos dá alguma esperança de que a medicina possa ser capaz de retardar o envelhecimento e dar às pessoas ativas mais anos saudáveis", disse Terrie Moffitt, principal autor da pesquisa e professor de psicologia e neurociência na Universidade de Duke.