Fusão Nuclear – O Poder do Sol

27/05/2014 12:00

A cada dia que passa, os grandes centros urbanos estão cada vez maiores, a população mundial está crescendo depressa, e como consequência, a sede por energia aumenta na mesma proporção. Os combustíveis fósseis são, até hoje, a maior fonte de energia da humanidade. Infelizmente, este recurso não é renovável e especialistas estimam que as reservas estejam no fim.  Se isso for verdade, no futuro, será necessário descobrir uma nova forma de se obter energia. Dentre as inúmeras fontes de energia renovável, a hipótese de se utilizar a fusão nuclear para geração de energia é, de longe, a melhor de todas! Mas, o que é a Fusão Nuclear? E Porque ela seria a melhor fonte de energia do futuro?

A Fusão consiste em unir dois núcleos atômicos mais leves em um único núcleo mais pesado, durante o processo há liberação de energia. Entretanto, até hoje, ninguém conseguiu reproduzir a fusão nuclear de modo que esta seja viável para gerar energia. Mas como saber se funciona se ninguém nunca conseguiu? Podemos até dizer que ninguém conseguiu, mas há algo no universo que consegue. 

Quem nunca se perguntou qual o “combustível” do sol? O sol, como todas as estrelas, obtém energia através da fusão de Hidrogênio em Hélio, com uma enorme liberação de energia. Para  ter uma ideia de quão potente é esta fusão, durante um segundo, o Sol consegue gerar a energia equivalente a seis trilhões de bombas atômicas como a de Hiroshima! É um poder ENORME! Mas não é só sua potencia que impressiona, sua eficiência também! Estima-se que o Sol ainda possua Hidrogênio suficiente para sustentar a fusão por mais cinco bilhões de anos.

Então, qual a dificuldade de se gerar energia por esse meio?

Para que a Fusão ocorra, são necessárias duas coisas: Altíssimas Temperaturas e Pressões Colossais. Algo que é muito difícil reproduzir aqui na Terra. Mas já existem protótipos de reatores que realizam fusão, ainda que por no máximo alguns segundos, no entanto, a energia utilizada para dá partida do reator ainda é maior que a energia produzida. Um desses protótipos é o Tokamak.

Tokamak é uma palavra de origem russa que significa câmara toroidal magnética, consiste basicamente em um enorme e potente eletroímã que promove o confinamento de plasma na câmara através de um campo eletromagnético, permitindo assim alcançar temperaturas muito altas. Esse plasma (quarto estado da matéria) é composto de isótopos de hidrogênio, que oferecem menos repulsão de cargas entre si, facilitando a fusão. Esta técnica recebe o nome de  confinamento magnético .

Além do confinamento magnético, há também o confinamento inercial e o confinamento gravitacional, o primeiro consiste em disparar feixes de lasers de alta potência no combustível da reação(isótopos de hidrogênio) em uma pequena área, assim o combustível implode e dá início a uma reação em cadeia, já este segundo é uma técnica impraticável na terra mas que funciona muito bem nas estrelas.

Falando assim parece não impressionar, que tal ter uma ideia do que tudo isso realmente significaria na prática?

Um submarino nuclear, movido à fissão, tem em média uma autonomia de cem mil quilômetros, com isso daria para dar duas voltas e meia no planeta.  Considerando que testes de comparação revelaram que a fusão chega a ser 750 vezes mais energética do que a fissão, o mesmo submarino equipado com um reator de fusão de potencia equivalente, poderia dar 1875 voltas no planeta.  Sem falar que na fusão não há resíduos radioativos, tornando a fusão muito mais ecológica. Claro que ainda há muitas barreiras científicas a serem quebradas, mas não há provas ainda de que essa tecnologia chegue a ser impossível ou inviável, logo, a expectativa é grande, pois, se no futuro essa tecnologia estiver nos carros, poderemos dá adeus aos postos de gasolina, reduzindo assim a emissão de gases de efeito estufa. 

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