Pesquisa genética ajuda a entender o povoamento da América
23/07/2015 18:17
Estudos publicados na última terça-feira (21) na revista Science revelaram que o povoamento da América pode ter ocorrido em apenas uma onda migratória que teria ocorrido há 23 mil anos. A análise genética revelou que os índios da Amazônia são ascendentes genéticos de aborígenes que viveram na Austrália. Há muito tempo se discute como o povoamento das América teria ocorrido.
A teoria mais plausível já proposta foi que os povos teriam vindo da Ásia por uma faixa de terra que teria ligado a Sibéria e o Alasca. Atualmente essa região encontra-se submersa no Estreito de Bering, uma área marítima que separa a Ásia e a América por pouco mais de 80 km. Mas outra questão perturba os pesquisadores: Quantos movimentos migratórios houveram? Quando ocorreram?
A pesquisa da Universidade de Copenhague estudou genes de povos modernos e antigos da Sibéria, Europa, África, Oceania e das Américas. A conclusão foi que a migração ocorreu há menos de 23 mil anos. Esses povos teriam ficado ainda pelo Alasca por mais outros 8 milênios antes de se espalharem por toda a América.
O estudo explica ainda que as diferenças genéticas existentes entre os povos não se deve à diferentes ondas migratórias, mas sim a uma série de encontros entre os povos que promoviam a variabilidade genética, isso após a grande e única migração.
Foi descoberta ainda uma relação genética entre os povos antigos da Ásia e da Austrália, após a migração inicial. "Esta descoberta surpreendente indica que a população do Novo Mundo não ficou isolada do Velho Mundo após sua migração inicial", afirma o estudo.
Outro estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard revelou que os povos da Amazônia seriam mais próximos dos primeiros indígenas da Oceania do que povos geograficamente mais próximos, como os eurasianos e os próprios povos da Oceania atual.