Pesquisas apontam uma possível estratégia de cura para o vírus Ebola

26/05/2015 16:56

Pesquisadores da  Faculdade de Medicina Albert Einstein , da Universidade Yeshiva e do Instituto de Pesquisas Médicas em Doença Infecciosas do Exército dos Estados Unidos (USAMRIID) sugerem novo método para deter a infecção pelo vírus Ebola.

A ideia consiste em neutralizar uma proteína do organismo do próprio paciente, a  Niemann-Pick C1 (NPC1) . Ao se instalar dentro da célula hospedeira, o parasita é envolvido por uma membrana lipoproteica, como uma espécie de bolha. Para iniciar seu ciclo de vida ele precisa sair desse compartimento. De acordo com o estudo, a NPC1 é vital para que o vírus consiga se liberar e causar a infecção.

Testes realizados em camundongos mostraram que o principio é viável. Um dos animais foi geneticamente modificado para inibir a produção da proteína, enquanto outro era um selvagem. Ambos foram expostos ao Ebola, mas apenas o que possuía a proteína foi infectado.

O próximo passo é tentar desenvolver fármacos que possam inibir a síntese da NPC1, impossibilitando que o vírus se instale na célula.

“Nosso estudo revela que a proteína NPC1 é o ‘calcanhar de Aquiles' da infecção pelo vírus ebola”, declarou Kartik Chandran, professor de imunologia e virologia da Faculdade de Medicina Albert Einstein e um dos autores do estudo.

De acordo com outro autor da pesquisa, Andrew S. Herbert, do USAMRIID, ainda não existe nenhuma droga aprovada que iniba a síntese da proteína.

 "Ainda estamos em fases muito iniciais de desenvolvimento, mas já desenvolvemos vários candidatos a fármacos com atividade antiviral potente em células e esperamos começar os estudos em camundongos ainda este ano", disse Hebert.

O Ebola é uma doença grave, com taxa de mortalidade em torno de 50%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os sintomas iniciais são febre, dores musculares, dor de cabeça, fadiga e dor de garganta. Em estágios mais avançados ocorrem ainda diarreia, hemorragias internas e externas. A transmissão ocorre por meio de fluidos corporais, não pode ser transmitido pelo ar. 

Não há ainda tratamento para a doença. O que existe são drogas experimentais como ZMapp, TKM-Ebola, Brincidofovir e BCX4430, e transfusão de sangue de pessoas que se curaram. Todavia, nenhum desses tratamentos foi efetivamente testado e comprovado.

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