Potencial eólico do Brasil chega a ser quase três vezes superior à demanda
22/01/2015 20:25
Atualmente o Brasil têm 70% de sua matriz energética proveniente das usinas hidroelétricas. O que consequentemente deixa a população a mercê das chuvas. Porém, segundo um novo estudo realizado pela Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), o país teria a capacidade de gerar até 350 gigawatts, utilizando somente o vento, enquanto que a demanda é de apenas 130 gigawatts.
Em 2001, esse potencial eólico era muito menor, apenas 143 gigawatts, porém o novo estudo leva em conta os novos avanços na área, principalmente com relação as novas torres de captação, que chegam a mais de 100 metros de altura.
Além da oferta e da característica de ser renovável e ecológica, essa fonte de energia traria outro benefício: O preço. O custo do megawatt/hora de uma eólica é de 140 a 150 reais. Não é mais barato que a de usinas hidroelétricas, mas se considerar a atual crise hídrica e o alto custo das termoelétricas (mais de 200 reais o megawatt/hora), seria uma melhor alternativa ao atual problema de energia elétrica que o país vem enfrentando.

"A energia eólica é a segunda mais competitiva do Brasil --só perde para hidrelétricas de grande empreendimentos, que nem podem mais ser construídas. O Brasil produz a energia eólica mais barata do mundo, isso é um fator importante para o avanço", disse a presidente-executiva da Abeeólica, Elbia Silva Gannoum.
Devido ao baixo custo, há um grande aumento da utilização desde tipo disso de energia. Entre Janeiro e Novembro do ano passado a capacidade dessa fonte dobrou. Atualmente contamos com seis gigawatts de energia eólica, mas há mais oito já encomendadas.
"O Brasil sempre expandiu a matriz hidrelétrica por ter potencial em abundância e pelo fato de ser a energia mais competitiva. A partir de 2009, as eólicas vieram e se mostraram competitivas, com energia mais barata, e o governo realizou um leilão competitivo. Nesses últimos cinco anos, o setor vem crescendo numa velocidade muito rápida", afirma Albia.
E por que não utilizamos esse recurso antes?
"Se o Brasil tivesse feito antes, iria pagar mais caro. Antes, a energia custava três vezes mais o preço da hidrelétrica", disse a presidente-executiva.
Atualmente, a matriz eólica corresponde a apenas 4,4% da capacidade atual, enquanto que países como EUA tem um percentual bem maior (32%). Agora quem sabe, há mais investimentos no setor, diversificando nossa matriz energética e prevenindo crises como a atual.
