“Supersacola” antibomba é nova estratégia de defesa contra terrorismo aéreo

26/07/2015 13:21

Chamado FlyBag, o novo sistema tem sido testado em experimentos de grande impacto. O equipamento foi projetado para ser capaz de absorver ondas de choque e conter estilhaços de uma explosão.

Testes em aviões aposentados foram realizados na Inglaterra, no aeroporto de Cotswolds. As explosões foram completamente contidas. Nenhum dano foi causado ao avião, nem mesmo no compartimento de cargas.

O dispositivo é feito basicamente de quatro camadas de materiais diferentes. Uma delas é feita de kevlar, uma fibra sintética utilizada em coletes a prova de balas.

A sacola é leve, bastante eficiente e, o mais impressionante, muito resistente. Mesmo após as detonações em seu interior, o dispositivo ainda pode ser utilizado novamente.

Atualmente, os bagageiros dos aviões comerciais vêm sendo reforçados com metais, o que torna a aeronave mais pesada e a viagem mais cara.

O novo projeto de segurança vem sendo financiado pela União Europeia e, juntamente com empresas e instituições, desenvolvem o projeto.

"Ficamos muito felizes com os resultados dos testes. Nós tínhamos testado o FlyBag em nosso laboratório em Buxton, mas apenas ao ar livre. Sabíamos que a sacola se expandiria, e a pergunta era o quanto essa expansão seria nociva à estrutura da aeronave. Seria ela mesma um transmissor de energia devastador? Pelo que estamos vendo ela não está fazendo isso", disse Andy Tyas, especialista em engenharia de explosivos pela Universidade de Sheffield.

David Shukman, editor de Ciência da BBC, acompanhou um dos experimentos. Uma mochila cheia de explosivo foi colocada dentro da sacola juntamente com outras bagagens. Após a detonação não foi possível notar nenhum dano à aeronave. Apenas as outras mochilas dentro do equipamento foram danificadas. A sacola saiu intacta.

Durante essas explosões as ondas de choque produzidas pela explosão podem chegar a 32 mil km/h e as temperaturas chegam a alcanças os 3.000 ºC. Sendo assim, o dispositivo tem que ser muito resistente e flexível, além de ser a prova de fogo.

Para que o processo seja completamente eficaz a sacola deve ter expaço dentro do bagageiro para se expandir, dissipando a energia. Por dentro ela deve ser capaz de suportar os impactos de pedaços de malas, como rodinhas e zíperes.

"Temos todos os elementos para ir ao mercado - só precisávamos desses últimos testes para comprovar o sistema. A tecnologia dos materiais não é nova, mas a combinação entre elas é, sim, uma novidade - e o segredo é ter um tecido de 1,3 milímetros de espessura que absorva a pressão de forma previsível. É uma questão de estar um passo à frente.", disse o coordenador do projeto, Donato Zangani.

 

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